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A Companhia de Jesus e a grande ameaça ao poder dos dois Grandes Senhores do sertão



A Companhia de Jesus é uma ordem religiosa que foi criada por um grupo de estudantes da Universidade de Paris em 1534, e que teve como liderança Inácio de Loyola. O primeiro grupo de missionários a chegar à Bahia foi em 1549, trazidos por Tomé de Souza, no intuito de catequizar os índios.
  Os padres inacianos recorreram a Coroa Portuguesa, para que parte das terras pertencentes as Casas da Torre e da Ponte, fossem destinadas aos índios, as quais pudessem utilizar para sua subsistência. E não somente as almas dos nativos interessavam os padres inacianos, eles utilizavam à força indígena em seus engenhos, currais e outros meios de produção.
    Assim sendo, os jesuítas construíam obstáculos para a escravização da mão-de-obra indígena, tornando-se então, inevitáveis os conflitos, tanto no Norte e Nordeste, quanto também no Sul da Colônia.



    Em 1669, se tem o primeiro desentendimento entre a Casa da Torre e os Jesuítas. Garcia D’Ávila 2° destroi as igrejas de Itapicuru, Geremoabo e Caimbé, construídas pelos inacianos em seus domínios. Sob os mais variados pretextos, como roubos de gado e agressões a vaqueiros sob suas ordens, a Casa da Torre atacou as missões, gerando trocas de farpas e acusações entre as duas partes. Esta seria a primeira das muitas desavenças que ocorreria entre estas duas ordens. Existiam controvérsias nesses desentendimentos, pois, por um lado a presença dessas missões contribuía para a ocupação da região pelos sertanistas, pois os padres inacianos pacificavam os índios e abriam espaços para que os desbravadores tivessem êxitos no comércio de gado. Por outro lado, servia para acirrar ainda mais os ânimos, pois os senhores da Torre e da Ponte viam nos jesuítas uma ameaça poderosa, temendo a perca de suas terras.

A ocupação dos amplos espaços dos sertões dependia da sujeição de parte da população indígena ao duro trabalho da pecuária, aqueles que reagiam contra essa incorporação ou contra a invasão de suas terras eram duramente reprimidos. As guerras travadas contra os índios quase sempre propiciavam a escravização de vários grupos que eram vendidos em feiras do litoral, alimentando um fluxo regular de escravos para os engenhos do recôncavo, propiciando um bom negócio para os senhores do Morgado.

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